5 dicas para ajudar seu filho na entrada do 6º ano
O primeiro ano do Ensino Fundamental 2 é repleto de novidades. Veja como ajudar seu filho a se adaptar a elas
20/01/2015 15:51
Muitas mudanças ocorrem na passagem do quinto para o sexto ano, porém o acompanhamento dos pais deve continuar presente
Mais
professores, novas
disciplinas,
conteúdos mais
complexos e
aprofundados e, para alguns, uma
nova escola. Tudo isso somado à entrada na
adolescência.
A passagem para o 6º ano do Ensino Fundamental 2 é marcada por uma
série de mudanças que irão representar um saudável desafio para o aluno.
E os pais precisam assumir o papel de coadjuvantes importantes, que
sugerem, dão exemplos e apóiam em um caminho de conquista de autonomia.
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"Estas novidades não devem ser entendidas como um problema", alerta
Marisa Faermann Eizirik, psicóloga, Doutora em Educação pela UFRGS
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul). "Ao contrário, este é um
período em que a criança desenvolverá habilidades importantes para vida
adulta, como lidar com as diferenças, organizar prioridades, fazer
escolhas e muitas outras. Os pais devem saborear estas conquistas".
O ponto principal é encontrar equilíbrio entre dar autonomia e, ao mesmo
tempo, estar por perto e acompanhar a vida escolar. Professores
comentam que até mães bastante atuantes no Ensino Fundamental 1 costumam
"sumir" com a passagem para o 6º ano, o que é um erro. Os pais devem
participar das reuniões, conhecer os professores e perguntar para a
criança, com real interesse e disposição para ouvir, como foi a aula, o
que foi ensinado e o que ela achou de mais interessante em seu dia.
Para estar pronto para ajudar, veja quais são os principais ritos de
passagem pelos quais o aluno do 6º ano passa e como os pais podem
cooperar para que a transição seja a melhor possível:
- 1. Perder a professora única
- Algumas crianças podem sentir
certa confusão e até mesmo desamparo com a perda da figura maternal (ou
paternal) representada pela professora principal que o acompanhava
diariamente e, com isso, trazia um conhecimento mútuo mais aprofundado.
"Os pais devem passar confiança para a criança e reforçar que isso
mostra que ela evoluiu em sua carreira escolar, que está mais madura e
que, com tranquilidade, verá que consegue superar esta questão", afirma
Marisa Faermann Eizirik, psicóloga, Doutora em Educação pela UFRGS
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
- 2. Lidar com o horário de disciplinas e professores diferentes
- Se
antes a criança não tinha de forma clara como era a sequencia de
disciplinas, agora ela terá de lidar com um horário escolar bem
definido, organizando-se para isso.
Isso significa que ela terá de aprender a:
- trazer o material previsto para cada aula;
- organizar a realização das lições de casa e trabalhos para entregá-los no prazo pedido;
- entender a continuidade dos assuntos, mesmo após alguns dias sem contato com o professor e a matéria;
- se adaptar ao jeito de ensinar de cada professor.
Por tudo isso, especialmente no começo, os pais precisam ajudar na
organização do tempo, perguntando para quando são as tarefas e mostrando
que apesar do aparente longo prazo para realizá-las, é preciso cuidado
para não deixar que elas acumulem. Vale também conferir se a mochila
está com os materiais previstos, até que ele se acostume. E é
fundamental mostrar que é possível lidar com os diferentes perfis dos
professores, da mesma forma como ele faz com os diferentes amigos que
tem.
- 3. Ter contato com conteúdos mais aprofundados
- No
sexto ano são introduzidas novas matérias, com assuntos que ainda não
foram vivenciados pelo aluno, o que pode gerar ansiedade. A regra
principal é não ampliar o medo da criança com comentários sobre as
dificuldades que os próprios pais passaram. Ao contrário, o ideal é
mostrar o lado interessante que os novos temas trazem e dar segurança de
que ela tem total condição de acompanhar e entender e que deve recorrer
sempre ao professor em caso de dúvidas.
Outro aspecto é que os conteúdos vistos anteriormente servirão de base
para novos aprendizados. Por isso, se o aluno já apresentava dificuldade
em alguma matéria do ano anterior, os pais devem conversar com o
professor da disciplina sobre como superar isto, como por exemplo, com
exercícios de reforço.
- 4. Vivenciar a entrada na adolescência
- A
entrada no sexto ano coincide com a entrada na adolescência. "É o
momento em que a criança abre os olhos para outras dimensões do mundo. E
a escola deixa de ser o único centro de referência da sua vida, com o
surgimento de outros interesses junto aos colegas: baladas, futebol
etc.", comenta Silvia Gasparian Colello, Professora de Psicologia da
Educação da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo).
"Esta mudança pode levar à dispersão, pela pluralidade de interesses que
se descortinam em múltiplos aspectos da vida, como a sexualidade, a
vida social, enfim, instâncias particulares de interesses para além da
escola", diz. E isso pode refletir no desempenho escolar.
Nesta fase são bastante comuns alterações bruscas no humor,
comportamento e até estilo. Segundo os especialistas, é essencial criar
um ambiente de respeito mútuo e espaço para o diálogo. -
- 5. Um bom exemplo de passagem
- A
Escola Municipal Amorim Lima, de São Paulo, resolveu amenizar o impacto
da perda da professora principal com a qual o aluno estava acostumado
desde o início de sua vida escolar. Há dez anos foi instituída a figura
do tutor - um professor que orienta e aconselha o estudante durante os
quatro anos de duração do Ensino Fundamental 2 (do 6º ao 9º ano).
Cada docente é responsável por 20 alunos de turmas diferentes e sua
tarefa é desenhar, junto com cada um, um plano de estudo quinzenal com
objetivos e metas e acompanhar sua realização, provendo ajustes quando
necessário.
"A ideia é a construção de uma relação de proximidade, confiança e
durabilidade, indo na contramão da atual sociedade onde tudo é muito
rápido e não há tempo para nada. Não posso afirmar que as crianças agora
sabem mais do que antes da implementação da tutoria. Mas com certeza a
escola sabe mais sobre esta criança e, com isso, tem mais ferramentas
para ajudar em seu desenvolvimento", afirma a diretora Ana Elisa
Siqueira.
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